quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O que é a psicologia forense?


Quando as pessoas perguntam "o que é a psicologia forense?"  Elas geralmente pensam nos profilers criminais visto em filmes e programas de televisão, quando esta é apenas uma fração do que acontece na realidade. Em sua definição mais básica, a psicologia forense é a aplicação da prática da psicologia dentro da lei e do sistema jurídico. A palavra "forense" se originou da palavra latina "forensis", que significa "do fórum" referindo-se à corte imperial na Roma antiga. A este ramo relativamente novo e especializado da psicologia  foi dado o reconhecimento oficial pela Associação Americana de Psicologia apenas em 2001.
O retrato da psicologia forense em seriados, livros e filmes provocou uma onda de interesse no campo, especialmente nestes últimos anos. No entanto, estas são representações glamourizadas da profissão e não são totalmente precisas. As pessoas que praticam psicologia forense não são estritamente "os psicólogos forenses" , eles também poderiam ser psicólogos clínicos ou psicólogos infantis, mas a sua experiência ou conhecimento pode ser obrigado a prestar testemunho, avaliação e recomendações em casos legais. Alguns de seus papéis incluem a determinação da competência de um indivíduo para ser julgado, avaliação da saúde mental em casos, por exemplo, de insanidade e avaliação forense especializada na personalidade de um indivíduo. Por exemplo, um psicólogo clínico pode ser solicitado a avaliar a saúde mental de um suspeito ou um psicólogo infantil será solicitado a avaliar crianças submetidas a abusos ou prepará-los para depoimento no tribunal em casos de custódia penal ou criança.
Psicólogos forenses trabalham em prisões, delegacias de polícia, escritórios de advocacia, centros de reabilitação ou agências do governo e lida diretamente com os advogados, arguidos, vítimas, familiares ou pacientes dentro dessas instituições. Suas responsabilidades no âmbito das instituições correcionais é envolver regulares avaliações psicológicas, sessões de terapia individual e de grupo, gestão de raiva ou de crise e outras avaliações judiciais. O trabalho da psicologia forense também inclui o trabalho com os departamentos de polícia, para avaliar agentes da lei e dar formação sobre o perfil do criminoso e outros cursos relevantes. Há também aqueles que preferem atividades acadêmicas em universidades para fazer mais pesquisas sobre o direito em criminologia, e do comportamento humano. Analisar a evolução da criminalidade, perfis criminais e eficazes tratamentos de saúde mental são alguns dos temas abordados pela psicologia forense.
O que separa este ramo de outras áreas como a psicologia clínica é que a psicologia forense é limitada a funções específicas em cada caso individual, tais como o fornecimento de conselhos sobre a capacidade mental do suspeito para enfrentar as acusações. Aprender as respostas para "o que é a psicologia forense?" Significa lidar com pessoas que estão recebendo avaliação e tratamento não por escolha, ao contrário do cenário usual da clínica onde os clientes se oferecem para procurar ajuda.
Eles também são chamados para prestar depoimento de um especialista, mas deve ser bastante conhecedor do sistema jurídico a ser chamado como testemunha credível para o caso.  A maior parte de seu papel é estar se preparando e entregando o seu testemunho e traduzi-lo para termos legais, o que tem sido mais desafiador já que os advogados sabem como minar ou desacreditar opiniões psicológicas. Houve casos de simulação ou doenças fingidas onde os psicólogos devem saber reconhecer os sintomas reais, bem como avaliar a consistência das informações em diferentes fontes. Uma grande parte da compreensão da resposta à pergunta "o que é a psicologia forense" significa ser capaz de explicar ou reformular termos psicológicos ou princípios dentro de um quadro jurídico

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Existencialismo - Soren Aabye Kierkegaard


Toda obra de Kierkegaard é a pura expressão de sua própria vida. Seu pensamento surgiu da luta de consciência perante sua condição de existir. A condição absoluta de sua filosofia, e até a única razão de seu viver, estava na relação estreita entre existir como pessoa e a consciência desse existir. Foi, na verdade, o primeiro representante da filosofia existencial e o primeiro a se preocupar em compreender a existência.
Kierkegaard defendia a idéia de que existe uma verdade subjetiva: “uma verdade que seja pra mim encontrar uma idéia pela qual eu possa viver ou morrer” (1974). Sua religião – luterana – se opunha a esta concepção. Tornou-se um filósofo solitário por não conseguir se adaptar às idéias religiosas então impostas, assim como pela angústia do pecado e da sensualidade que o invadiam na época.
A filosofia resumia-se na tomada de consciência das exigências absolutas feitas a qualquer pessoa que quisesse viver uma existência verdadeiramente autêntica. Para ele, pensar não é existir, mas tornar-se um espectador dessa vivência. Oposto ao racionalismo de Descartes. No racionalismo, o sujeito é objeto para si mesmo, deixando de existir como pessoa, e é ai que reside a grande diferença de Kierkegaard: o sujeito e o objeto são uma coisa só, ou melhor, são partes de uma mesma estrutura. Basta compreender-se existindo; viver a experiência ao invés de observá-la de fora. A verdade é própria existência, não havendo, por isso, uma verdade absoluta. Ela existe para o indivíduo na medida em que, por ação, a produz.
A escolha constitui uma das noções mais importantes de sua filosofia, pois era vista como uma espécie de núcleo da existência humana. A escolha é desprovida de lógica, mas não de uma psicológica: o que o indivíduo faz, depende do que ele quer, do que escolher, não do que compreende. Entretanto, nenhuma opção se realiza sem angústia. Cada escolha é um risco pela sua própria incerteza. Existir é escolher-se. Sendo artífice de si mesmo, realizando a sua essência, uma pessoa se expõe ao risco. A escolha é necessária e livre: o indivíduo é obrigado a fazer opções para existir, embora essas opções não sejam constrangedoras.
Ao mesmo tempo, existir implica em angústia e desespero. A obrigação de escolher, assim como o risco a que se está exposto, desespera.
Analisando a existência humana, percebe que esta se processa em três estágios: estético, ético e religioso. Não se tratam de estados que todos os indivíduos passariam sucessivamente, mas opções que cada um realiza no decorrer da existência.
O primeiro é causado por um hedonismo onde impera a dor e o tédio. Buscando um sentido para a sua existência, o indivíduo se coloca ao sabor dos impulsos. As possibilidades que o indivíduo realiza neste modo de vida não proporcionam uma realização plena, mas apenas uma atualização transitória. A ameaça do tédio é uma constante neste estágio, o que pode conduzir ao desespero. Diante disso, e frustrado em seu objetivo, o indivíduo passa para o segundo estágio. Este está ligado ao dever, às regras e às exigências a que o indivíduo está exposto.
O mais importante aí não é a quantidade de dever, mas a sua intensidade sentida pelo indivíduo. A liberdade agora está limitada pelo social. O extremo da etapa ética leva à contradição. Com a idéia de pecado, essa etapa fracassa, pois surge o arrependimento, sentimento supremo nesse momento. Acredita-se então que é necessário ultrapassar esse estágio, chegando a uma outra etapa, a religiosa. Neste caso, a escolha do indivíduo independe de critérios pulsivos, racionais ou ainda de regras universais. Entretanto, o desespero e a ansiedade são fortes sinais que ajudam o indivíduo a escolher. É pela religiosidade que o indivíduo atinge uma relação com o Absoluto e encontra a existência que tanto almeja.
O desespero de sim mesmo é a grande preocupação de Kierkegaard, que surge diante do vazio não-satisfeito pelos estados anteriores. O prazer antes alcançado no passado, somente pode se repetir no futuro quando o indivíduo se submete religiosamente diante do desconhecido.
O paradoxo e o absurdo, assim como o desespero e a angústia, o risco e o drama do indivíduo, a subjetividade em oposição à incerteza absoluta do objetivo, são o arcabouço da filosofia de Kierkegaard, que não chega a ser um sistema organizado e construído, pois sua maior preocupação é com o profundo conhecimento da personalidade, com a existência do indivíduo. Não se pode reduzir a existência humana a conceitos abstratos, já que a realidade é concreta.
É da doutrina Kierkegaardiana que os filósofos existenciais derivam seus conceitos. Precisavam no entrando, de um método de reflexão e de análise apropriado, e foram buscá-lo em Husserl.


Fonte: Existencialismo - Soren Aabye Kierkegaard - Humanismo - Abordagens - Psicologado Artigos http://artigos.psicologado.com/abordagens/humanismo/existencialismo-soren-aabye-kierkegaard#ixzz1m8NFxIOK

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Forever Young

Talvez estejamos errados em todas as nossas teorias, talvez seriamos sábios quando criança e tolos com o passar dos anos... não vejo pessoas que curtem a vida melhor do que as crianças...

sábado, 4 de fevereiro de 2012

DESAPRENDENDO A LIÇÃO ( O homem que aprendeu a amar -SANT'ANA, Affonso Remano)


Há uma idade em que se ensina o que se sabe, mas em seguida vem outra idade em que se ensina o que não se sabe”. Esta frase de Roland Barthes é instigante. Desmistifica a prática usual do ensino. Por isto, ele continua seu pensamento afirmando que é preciso “desaprender”, "deixar trabalhar o imprevisível” até que surja a chamada “sapiência”, uma sensação de “nenhum poder, um pouco de saber”, mas com “o maior sabor possível”.
E num seminário em Paris, praticando a errância do saber, propôs aos alunos que o encontro na classe não tivesse tema pré-determinado. O desejo inconsciente do saber é que deveria aflorar o tema. Ali os alunos deveriam não apenas desejar saber, mas saber desejar. Desejar o saber é uma primeira etapa, mas saber desejar é refinada atitude. Entre um e outro vai a distância do canibal ao gourmet.
Como derivação das colocações de Barthes se poderia dizer: o professor pensa ensinar o que sabe, o que recolheu dos livros e da vida. Mas o aluno aprende do professor não necessariamente o que o outro quer ensinar, mas aquilo que quer aprender. Assim o aluno pode aprender o avesso ou o diferente do que o professor ensinou. Ou aquilo que o mestre nem sabe que ensinou, mas o aluno reteve. O professor, por isto, ensina também o que não quer, algo de que não se dá conta e passa silenciosamente pelos gestos e paredes da sala.
É, aliás, a mesma história que se dá com o texto. O autor se propõe a dizer uma coisa, mas o leitor constrói sua leitura segundo suas carências e iluminações. Por isto se equivocou Jacques Derridá ao dizer que o texto escrito segue livre sem paternidade, enquanto o discurso oral é tutelado pelo orador. O orador também não controla seu discurso, pelo simples fato de estar presente. A palavra ao ser pronunciada já não nos pertence. O orador é falado pelo seu discurso. Fala-se o que se pensa que se sabe, ouve-se o que se pensa que foi pronunciado. O sentido é construído a muitas vozes e ouvidos, harmonicamente. Tinha razão o polifônico Sócrates: “A verdade não está com os homens, mas entre os homens”.
Repitamos a frase de Barthes: “Há uma idade em que se ensina o que se sabe, mas em seguida vem outra idade em que se ensina o que não se sabe”. E adicionemos o seguinte raciocínio: em geral pensa-se que o professor é aquele que “fala”, que preenche com seu encachoeirado discurso uma aula de 50 minutos ou um seminário de três horas. Este é um conceito de ensino como uma atividade “oracular” da parte do mestre, que se complementa numa passividade “auricular” da parte do aluno. Contudo, assim como o espaço em branco é importante no poema, assim como a pausa organiza a música, o saber pode brotar do silêncio. O jorro contínuo de palavras pode ostentar apenas ansiedade. O conhecimento pode se instalar no entreato. O silêncio também fala. É isto que se aprende durante as ditaduras. E, por outro lado, durante as democracias se aprende que o discurso nem sempre diz.
Portanto, à audácia de desaprender o aprendido soma-se a astúcia do silêncio. No princípio era o Verbo. A construção do silêncio exige muitas palavras. O escritor, por exemplo, constrói uma casa de palavras para ouvir seu silêncio interior.
Comecei falando em Barthes. E aquela frase inicial dele remete não só para a questão do “saber” e do “sabor”, mas do “saber” e do “poder”. Na verdade enriquece-se o saber combatendo-se o poder que ele aparenta. E uma forma de incrementar o poder é o “perder”. Assim, o melhor professor seria aquele que não detém o poder e nem o saber, mas que está disposto a perder o poder, para fazer emergir o saber múltiplo. Nesse caso, perder é uma forma de ganhar e o saber é recomeçar.
E para terminar, nada melhor que uma frase de outro desconstrutorde verdades, que é Guimarães Rosa: “Mestre não é quem ensina, mas aquele que, de repente, aprende”.